domingo, 3 de julho de 2016

Feminismo, sim ou não?




Porque não sou feminista

Hoje vemos erigida a bandeira do feminismo como valor central e vital nas relações humanas, é quase uma missão da mulher tornar-se feminista. se você se contrapõe a esse postulado, pronto: você é machista. O mundo hoje está polarizado. Ou se é algo ou o contrário. Não há mais ponderação. Se ponderar você é um meio centrista, está em cima do muro.
Pois bem, não sou feminista e nem tampouco machista. Sou humana, do gênero feminino e postulo a lei da humanização a despeito do sexismo reinante.
Não sou feminista porque nunca senti a necessidade de sobresair-me em termos de gênero. Tenho 50 anos e trabalho desde os 15 em empresas comerciais tão afeiçoadas a enaltecer o sexo masculino quanto as da atualidade. Nunca me senti diminuída, sempre soube que para conquistar um espaço eu teria que me comportar como um concorrente capaz.
Certa ocasião um superior hierárquico gritou comigo em seu arroubo de fúria por não ter recebido a resposta esperada. Simplesmente olhei em seus olhos, empinei o corpo e disse-lhe: não grite comigo, porque se gritar eu grito mais alto. Escute minhas razões e tire suas conclusões, do contrário, me demita.
Foi um ato de ousadia frente a um chefe super respeitado e temido, mas eu sabia o que era, o que queria e o que tinha a oferecer a empresa.
Diferenças entre os sexos, com uma balança cujo pêndulo favorecia os homens, já existia. Contudo, acredito que não se trata de ser mulher e sim de ser convicta de seu valor e reivindicá-lo com coerência e inteligência.
Uso as palavras no português tradicional, não mutilo a língua para sentir-me incluída porque não creio em inclusão preceitual. Inclusão se dá com postura. Exigir direitos é sobretudo sentir-se parte e não expectador. Somos o que somos e o mundo nos reconhecerá como tal, se lhes mostrarmos. Não peço reconhecimento, exijo com meu comportamento. Sou mulher com muito orgulho, sou feminina, forte, determinada e destemida. Isso ninguém pode me tirar e também ninguém pode me dar.

sexta-feira, 8 de abril de 2016

Sem tinteiro

Silêncio é ver secando aos poucos o tinteiro, secando aos poucos a pena e não sentir necessidade de repor ou molhar...
Silêncio é quando intermináveis textos são por vezes desprezados a ponto de perderem o sentido e a direção.
Silêncio é quando se constata que a eloqüência é um eco que ressoa apenas no emissor.
Silêncio é quando calar é a única forma de encontrar dignidade.
Silêncio é a negação de uma entrega inútil.
Enfim, silêncio é ato de rebeldia, é a revolução dos inocentes.

Psiu!

Silêncio é ver secando aos poucos o tinteiro, secando aos poucos a pena e não sentir necessidade de repor ou molhar...
Silêncio é quando intermináveis textos são por vezes desprezados a ponto de perderem o sentido e a direção.
Silêncio é quando se constata que a eloqüência é um eco que ressoa apenas no emissor.
Silêncio é quando calar é a única forma de encontrar dignidade.
Silêncio é a negação de uma entrega inútil.
Enfim, silêncio é ato de rebeldia, é a revolução dos inocentes.

domingo, 27 de março de 2016

Posse

Você sai de minha vida, mas  nunca do coração e do corpo. Tatuagem que nem laser debela. Meus gemidos são teus, meus gritos são teus, minhas contorções são tuas...tudo é teu. 

sábado, 5 de março de 2016

Gemidos

Dias de angústias, sussuros que cortam a noite, parecem se misturar ao suor numa dança frenética. São mais que isso, são gritos de um animal ferido, são reclamos. Ah! Quem dera o abraço, quem dera uma única mão a enxugar a lágrima que insiste em cair...sim são gemidos, antes fossem a expressão do êxtase.

domingo, 22 de novembro de 2015

O pássaro passa...


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Ela abriu a janela, um lindo parapeito, florido, exalando os sândalos tão carinhosamente cultivados. O olor espalhava-se pelo ar. Ele veio, "O" pássaro, lindo, versátil, livre...voava pelo mundo e contemplou sua janela parou por uns instantes inalou aquele cheiro tão característico, apreciou as flores, sorveu o néctar e se foi. Voltou no dia seguinte e no seguinte e no seguinte e voava e voltava.
Era faceiro, alegre, cantante e livre...voava e voltava, voava e voltava, voava e voltava. Ela o amava assim, livre. Nunca lhe perguntava em que paragens se detinha, ela o amava livre.
Um dia ele não mais voltou, nem no dia seguinte e nem no seguinte e nunca mais voltou.
Ela o esperou, ele disse que viria. Ela o esperou porque sabia que ele viria. Ele não veio. Ela chorou e esperou. Esperou dias, meses e ele não veio. Ela o buscou, cantou, espalhou o cheiro de sândalo pelo ar, sussurrou, gritou e ele não veio. Ela fechou a janela. Ela fechou o coração. Ela fechou os olhos. Ela abandonou os sândalos, ela esqueceu o cheiro.
Ela pensou que não havia mais pássaros, o "seu" não mais viria e que importavam outros?
Ela enclausurou-se em seu quarto e a luz não mais entrava, a janela estava fechada. A sombra ganhou forma e cresceu. Um dia ouviu um canto longeeeeeeeeee, quase inaudível, quase incapaz de transpor a janela. Som insistente, irritante até. Era sua alma gritando: abra a janela, há sol e onde há sol há pássaros. Ela relutou: _Porque haveria de querer pássaros, se um dia eles iriam embora?
A vozinha falou: _Porque não? Só há verdadeira doação na liberdade. Que amor sobrevive a cadeias?
Talvez hajam pássaros e talvez irão embora sim, mas virão e virão por seus próprios voos, virão porque irão querer vir e se ficarem é porque sua janela é tão aprazível que nunca irão conseguir viver sem ela.
Ela abriu a janela, o sol penetrou e ela sabe: há pássaros!

sábado, 10 de outubro de 2015

O Primeiro passo

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O Primeiro passo...


Eita quase começando uma nova semana, muita coisa pra acontecer, muita expectativa (boa), muita vontade de bater perna, bater asa, sair do casulo, virar borboleta.
Adoro a música - A Natureza das Coisas.
Fala sobre os diversos estágios de vivência e numa linguagem bem nordestina, que me encanta. Vejam:
Se avexe não
Amanhã pode acontecer tudo
Inclusive nada
Se avexe não
A lagarta rasteja até o dia
Em que cria asas

Se avexe não
Que a burrinha da felicidade
Nunca se atrasa
Se avexe não
Amanhã ela para na porta
Da sua casa
Se avexe não
Toda caminhada começa
No primeiro passo
A natureza não tem pressa
Segue seu compasso
Inexoravelmente chega lá
Se avexe não
Observe quem vai subindo a ladeira
Seja princesa ou seja lavadeira
Pra ir mais alto vai ter que suar.
Essa música é de uma sabedoria infinita, retrata passo a passo a ordem natural de evolução. Ninguém começa por cima, aprendemos a andar, literalmente rastejando e aos poucos vamos nos erguendo, até estarmos prontos para andar, correr, voar.
"Rastejar" é apenas um estágio de evolução, não é humilhante, é necessário. Fortalece a musculatura, propicia conhecimento do terreno, gera segurança.
Então queridos, vivamos cada estágio com intensidade extraindo dele tudo que possa nos legar. Cada um será mais eficaz que o outro, pois já incorporamos o aprendizado necessário. Que possamos sair do casulo, se já estivermos prontos a ser borboletas!