quinta-feira, 23 de abril de 2015

Olfato tatuado



Os cinco sentidos são indubitavelmente os melhores instrumentos de identificação de que viemos dotados. Não há nada mais prazeroso que ver, ouvir,  comer, tocar e sentir através do cheiro.
Todos temos nossas predileções e se perguntássemos qual o sentido mais importante pra vocês, uns diriam a visão, outros audição, outros todos...enfim prefiro dizer que ganham relevância à medida de sua instrumentalidade para a vida prática.
De que nos serviria a visão, se só a usássemos limitadamente? A audição, se conturbada com milhares de sons, não pudéssemos distinguir nenhum? O paladar gente! Comer mecanicamente, instintivamente, sem apreciar o sabor, de que serve? Tocar, palpar, descrever através do tato é simplesmente maravilhoso. Fazemos de olhos fechados e somos capazes de pormenorizar cada contorno, cada reta, cada profundidade do objeto em análise. Se não conseguimos descrever mentalmente, não tem utilidade. Ah! Cheirar...é tudo de precioso. Gente, quem consegue esquecer um perfume que marcou? Quem consegue esquecer a simples associação de algo bom com um bom cheiro?
Os adeptos dos outros sentidos que me perdoem, mas o olfato é impregnação, é submissão ao prazer, é entrega total e completa à satisfação.
Esse é o sentido que nos faz imaginar, viajar, trazer de volta pessoas e momentos; imprimir no ser objeto do nosso afeto um cheiro característico, ainda que nunca o tenhamos sentido realmente. Ai está a magia do olfato, é tatuar na mente aquilo que poderia ser e que de fato não foi. Ilusão, quem pode viver sem uma gostosa e criadora ilusão?
Se fôssemos 100% racionais, a vida seria de uma chatice colossal.
Por isso amigos, antes tatuar o cheiro suave, muitas vezes expresso por uma dosagem insana de feromônio, do que viver odores reais desagradáveis.
Meu momento edonista...kkkkkkkkkkk

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